segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Psicólogo ou Pai de Santo


Todos nós temos problemas criados por nós mesmos. Independente de karma, destino, mapa astral, numerologia ou qualquer outra desculpa para nossos vacilos, Deus nos deu o livre arbítrio para fazermos a coisa certa (ou não). Só depende de nós. Existem “religiões” que permitem que você faça besteira o tempo todo; basta colocar a culpa no Diabo, pagar o dízimo e dizer: “…eu estava possuído…”. Francamente, ridículo.

Levando em consideração que o planeta está divido espiritualmente em dois segmentos: time is money e baiano way of life e, como fomos criados pelo sistema ocidental, ou seja, time is money, não temos a concentração e paciência necessária para ouvir nossa voz interior ou a coragem suficiente para buscarmos dentro da nossa mente as respostas para nossas perguntas. O que fazer? Simples, pagar um especialista para resolver nossos problemas – um psicólogo. Mas é aí que reside o problema. Ele não vai resolver nada, apenas vai ficar te escutando e você vai tirar suas próprias conclusões sobre o que você está ouvindo da sua boca. É você que vai sacar a resposta para suas aflições, não ele. Ele é o motivo que você arrumou para botar pra fora o que você sente. E com hora marcada. E pagando.

Mas, como o custo de vida nunca dá trégua para perfumarias, o jeito é fazer isto de graça; já que uma sessão de análise, com um bom ouvido, está cara. Que tal um pai de santo? Não tem divã, mas tem um banquinho; não tem hora marcada, mas tem a equede te olhando de cara feia de olho no relógio; não tem pagamento, mas tem uma módica contribuição para as obras sociais. Menos mal. E o pai de santo, tal qual o psicólogo, não vai resolver absolutamente nada, mas vai dar uns tapinhas carinhosos nas suas costas e falar: “…tenha fé, filho, isto tudo vai melhorar…”. E você vai sair feliz da vida com o quê ouviu. Tão feliz, que você até vai resolver seus problemas sozinho, mas sempre pensando que foi o pai de santo que ajudou. Ele ajudou te encorajando, só isso. Mas isso, o consulente não precisa saber.


Com relação ao Sigmund e sua foto que lhe fez a fama, tenho pra mim que quando ele acendia aquele charuto, suas idéias se iluminavam. Naquele momento ele criava um monte de regras, princípios e observações em relação ao ser humano. Cá pra nós, devia encostar um preto velho nele. Mas isso, ele não precisava saber.

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